terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Zumbis: O Apocalipse dos Mortos-Vivos

 
 
 

 
Na extensa bibliografia sobre o gênero terror, os zumbis mereceram pouca atenção, até agora.
Enquanto vampiros, lobisomens e até assassinos seriais demandam respeito e foram exaustivamente analisados, o zumbi nunca é visto como algo mais que um bufão que se arrasta às margens do cinema de terror. Parte deste preconceito vem da falta de uma herança literária dos zumbis — diferente do Conde Drácula ou do monstro de Frankenstein, por exemplo.
Entretanto, poucos monstros do cinema serviram tanto ao propósito de representar as tensões culturais da sociedade como o zumbi. Nascido no começo do século XX, é um mito moderno. Ele é um símbolo da inquietação mais primitiva do homem: o medo da morrer. Tornou-se um símbolo do apocalipse, um arauto da perdição. É um monstro cuja aparição sempre ameaça desafiar a fé da humanidade num universo ordenado.
Esses corpos ambulantes são símbolos da morte, paródias do suposto caráter final do corpo e da promessa de vida eterna da alma. O zumbi tem servido como metáfora para temas como escravidão, racismo, guerra fria, paranoia nuclear, desemprego, Aids, consumismo, intolerância. Mas, nem por isso deixaram de ser divertidos.
No evento será lançado o livro “Apocalipse Zumbi 2” (Editora Evora/Generale), de Alexandre Callari, dando continuidade ao primeiro romance escrito por um autor brasileiro envolvendo os mortos-vivos. Na história, após a grande epidemia, sobreviventes são obrigados a viver em comunidade para se proteger dos zumbis que tomaram conta do mundo. Para os humanos, só há duas opções: ou enfrenta-los do lado de fora ou encarar o terror psicológico a que são submetidos por força do convívio.
A saga mostra como seria o mundo após o Dia Z, apresentando diversas teorias sobre o assunto e mostrando o cotidiano de pessoas que conseguiram sobreviver, mas que carregam dentro de suas almas o desespero, medo, ódio e, algumas vezes, um tipo de amor que os faz seguir em frente. Apesar de todas as referências ao zumbi clássico, a ambientação e as referências são brasileiras. Além disso, traz encartado um CD de trilha sonora, composta pelo autor e tocada pela banda Dream Vision, de Araraquara.
 Alexandre Callari graduou-se em Letras. É escritor, professor, tradutor, palestrante e aficionado por literatura de terror, cultura pop, cinema e quadrinhos. No passado, também trabalhou com música e artes marciais. É autor do livro Quadrinhos no cinema: o guia completo dos super-heróis e traduziu Conan – o Bárbaro, ambos publicados pela Editora Évora. É articulista da revista Mundo dos Super-heróis. Possui uma coleção de 11 mil quadrinhos antigos e viaja frequentemente pelo país fazendo exposições de suas edições raras. É editor e apresentador do site Pipoca & Nanquim.

Tiago Toy
O nome real é proibido mencionar, assim como sua idade. Nasceu por engano em uma cidadela no interior de SP. Já atuou, desenhou, dançou e cantou. Em 2009 foi pra capital em busca de seu destino com 50 reais e 30 miojos na mochila. Escreve nas horas vagas. Seu primeiro livro, Terra Morta (Draco) arrebanhou uma fervorosa legião de zumbis.

Iam Godoy
é um dos fundadores do grupo Ravens House Brasil (que divulga os artistas do circuito alternativo nacional) e editor do fanzine Fun House Xtreme. Também é responsável por gerenciar outras páginas relacionadas ao gênero fantástico como Portal Gore Boulevard, Corto, Mondo Zumbi entre outras páginas. Organiza a Mostra Espantomania de Curtas de Horror/Fantástico.
Sarau Fantástico
Um espaço para discussão sobre a produção do fantástico brasileiro. A iniciativa pretende ampliar as informações, repercutir as idéias, enriquecer o debate e incentivar o estudo sobre este gênero para todos os leitores, escritores e editoras que publicam livros do gênero em língua portuguesa.scifibrasil.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário